13 dezembro 2011

Euro a um passo de cair abaixo dos 1,30 dólares


Moeda única europeia recua pelo segundo dia seguido e regista mínimos de quase um ano contra o dólar.
A crise de dívida na zona euro está castigar o elemento principal que a une: a moeda. O euro recuava há momentos 0,74% para 1,3090 dólares e regista mínimos de 11 meses face à nota verde.
"Continuamos a ver divisões dentro do grupo do euro", referiu John McCarthy, especialista da ING Groep NV, à Bloomberg. "Estas divisões significam o enfraquecimento do euro. O euro já está um pouco fraco e, assim que baixou a fasquia dos 1,317 dólares, pode cair mais", acrescentou.
A pressionar a moeda única na sessão de hoje estão as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, em relação ao fundo de resgate permanente do euro que passará ao activo em meados do próximo ano. A governante alemã exclui hoje um aumento do montante de 500 mil milhões do Mecanismo de Estabilidade Europeu num discurso aos deputados da coligação parlamentar, avançou hoje a Reuters.
Com a queda do euro, os preços das matérias-primas intensificaram os ganhos. O barril de ‘brent', que é a referência para as importações nacionais, e o barril de crude subiam em torno dos 2% para os 109,31 e 99,87 dólares.

09 dezembro 2011

Entrada no SP500

Com target nos 1262 de forma a tentar aproveitar um teste à MM200 que anda agora pelos 1263.


Edit: posição fechada após o fim da sessão.



Bolsas celebram acordo europeu com ganhos de 2%


Praça nacional avançou 1,5% com os títulos do Banif em super destaque: dispararam quase 11% com rumores de OPA.
Era a cimeira do tudo ou nada para a Europa e o resultado final acabou por acalmar os mercados. Os líderes europeus selaram esta madrugada a união orçamental num acordo intergovernamental que deverá apenas excluir o Reino Unido, que consiste na criação de uma nova regra orçamental. Além disso, anteciparam para Julho do próximo ano o fundo de resgate permanente (MEE), que terá 500 mil milhões de euros, e manter em funcionamento o actual fundo de resgate (FEEF), que dispõe ainda de 250 mil milhões. Os dois fundos vão ser geridos pelo Banco Central Europeu (BCE).
Assim, as principais praças europeias fecharam a semana com ganhos de 2%, como o CAC 40 de Paris e o Ibex 35 de Madrid. Melhor esteve o Mib de Milão, que somou mais de 3%. Já o principal índice português, o PSI 20, ganhou 1,49% para 5.546,12 pontos.
Mas o acordo europeu não foi a única boa notícia do dia para os investidores. A China anunciou hoje que vai disponibilizar um fundo de 300 mil milhões de dólares para investir no exterior. O objectivo passa por melhorar o retorno das reservas das divisas chinesas e o enfoque do fundo será feito em dois continentes: o americano e o europeu.
Por Lisboa, apenas quatro títulos não foram capazes de encerrar a semana em zona de ganhos: a Altri (-1,43%), a Sonae (-1,07%), o BES (-3,77%) e Sonae Industria (-0,85%)
De resto, a impulsionar o principal índice nacional estiveram os títulos da Galp e Portugal Telecom, as cotadas com maior expressão na praça, com ganhos acima dos 2%. Também a EDP e a Renováveis ganharam hoje mais de 1% e deram força à bolsa lisboeta.
No sector bancário, o dia seguinte às conclusões da EBA - a banca nacional vai precisar de 5,5 mil milhões de euros para atingir os rácios impostos pelas autoridades até Junho do próximo ano -, o dia acabou por ser positivo. E graças ao bom desempenho - o melhor em Lisboa - do Banif, que disparou 10,86% para 0,38 euros. "Há muito que há rumores de que o Banif poderá ser alvo de uma OPA até pela sua pequena dimensão. Agora é mais apetecível devido ao seu preço baixo", referiu Pedro oliveira, trader da GoBulling. Também o BPI ganhou 5,24% para 0,54 euros e o BCP somou 0,81% para 0,125 euros.
Outros destaques: a Zon avançou 6,23% para 2,2 euros, a Semapa avançou 2,43% para 5,5 euros e a Brisa somou 1,97% para 2,5 euros.
Fora dos mercados accionistas, o euro somava 0,10% para 1,3353 dólares e o barril de ‘brent', que é a referência para as importações nacionais, descia 0,26% para 107,93 dólares.

05 dezembro 2011

Day trading na Plus500


3 curtos, foram os movimentos de hoje.

Abri um último trade curto também no SP500 a 1249.52 que vou deixar em aberto para amanhã. Continuar a vigiar o namoro do SP500 com a MM200


Assiste-se a alguma pressão vendedora no after-hours.

S&P coloca ‘ratings’ dos países mais fortes do euro em revisão negativa


A Standard & Poor’s vai colocar Alemanha, França e outros países com ‘rating’ máximo em ‘creditwatch’ negativo.
A Standard & Poor's avisou a Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo que podem perder as notas máximos de créditos, segundo o Financial Times, que diz que o comunicado oficial da agência será conhecido ainda hoje.
De acordo com o FT, a S&P colocou os ‘ratings' destes países em ‘creditwach' negativo. O mesmo é dizer, que se a situação não melhorar nos próximos 90 dias, a agência avançará mesmo para cortes dos ‘ratings' destes estados-membros. Actualmente, as seis nações têm nota máxima, de 'AAA'.
A justificar o aviso sério da S&P está, segundo o FT, o adensar dos problemas económicos e políticos na zona euro. Para a Alemanha, por exemplo, a S&P diz, citada pelo FT, que está preocupada com "o potencial impacto do que vemos ser um adensar dos problemas políticos, financeiros e monetários na união monetária e económica".
De acordo com a Bloomberg, que cita duas fontes próximas da decisão da S&P, a agência vai mesmo colocar sob vigilância negativa todos os 17 países da zona euro, dependendo do resultado da cimeira europeia que vai realizar-se esta quinta e sexta-feira em Bruxelas. 

04 dezembro 2011

SP500 e a média móvel de 200 dias


Vigiar de perto este encontro com a MM200. Na minha opinião vamos virar de novo para baixo.

03 dezembro 2011

Mercado do ouro


O preço do ouro duplicou desde o colapso da Lehman Brothers em Setembro de 2008.
Embora a procura de produtos de joalharia e de componentes tecnológicos continue em alta, este aumento deve-se sobretudo à procura de investimento no metal amarelo.
Este recrudescimento da procura do "metal seguro" tem sido fomentado por crescentes preocupações relativas às moedas dos países desenvolvidos e às pressões inflacionárias exercidas sobre os países emergentes. O ouro foi utilizado de forma semelhante para preservar a riqueza em 1980, altura em que os mercados se viram assolados por uma grande incerteza macroeconómica, que levou ao recrudescimento da procura de ouro, cujo preço chegou aos 850 dólares por onça, ou 2.473 dólares por onça em termos reais (contando com a inflação de preços ao consumidor e a cotação actual do dólar).
Desde o início da crise financeira global, os pequenos investidores e os investidores institucionais, bem como os bancos centrais, têm sido grandes compradores líquidos de ouro. A Europa, particularmente, tem experimentado um aumento exponencial da procura, que tem acompanhado o recrudescimento da crise da dívida soberana. Os dados do World Gold Council referentes ao terceiro trimestre mostram um aumento homólogo de 135% da procura de investimento em barras e moedas de ouro na região.
A procura de ouro também é elevada entre os governos de mercados emergentes, os quais procuram diversificar as suas reservas de moeda estrangeira para reagir à crescente pressão da dívida soberana. Por exemplo, a Tailândia adquiriu 25 toneladas de ouro só no terceiro trimestre, e outros países, como o Cazaquistão, a Coreia do Sul, a Índia e o México, também compraram quantidades significativas. Ao mesmo tempo, os bancos centrais europeus, revertendo uma longa tendência que tem marcado as suas vendas líquidas, perderam o entusiasmo pelas alienações de ouro. A curto e médio prazo é provável que o preço do ouro continue a ser influenciado pelas preocupações referentes à dívida soberana na Zona Euro e nos Estados Unidos e ao seu potencial impacto nas moedas e na inflação. Uma das melhores formas de tirar partido do preço crescente do ouro pode ser através de acções de ouro, as quais, nos últimos dois anos, tiveram um desempenho significativamente inferior ao do ouro em barra.
Há fortes motivos para as acções de ouro terem tido um desempenho inferior. Por um lado, os custos operacionais e de capital das empresas de ouro aumentaram de forma significativa. Por outro lado, os projectos de desenvolvimento têm-se debatido com problemas de licenciamento, e os países de acolhimento aumentaram os ‘royalties' e os impostos quando o preço do ouro subiu. A existência de ETFs de ouro como investimento alternativo também tem contribuído para o baixo desempenho das acções de ouro. No entanto, a capacidade normal das acções de ouro parece ter sofrido uma redução demasiado severa, e a dissociação do preço à vista pode proporcionar uma excelente oportunidade de compra. Quando o preço do ouro (e a volatilidade nos mercados accionistas) assentar um pouco, é provável que os investidores voltem novamente a sua atenção para as acções de ouro e para a respectiva rentabilidade e potencial de geração de fluxo de caixa e de fluxo de caixa livre.
Miguel Luzárraga, Senior Sales Executive do JPMorgan AM

02 dezembro 2011

Wall Street sobe 7% na melhor semana em mais de dois anos


Bolsas norte-americanas subiram mais de 7% esta semana, o melhor registo desde 2009. Ajudou a intervenção dos bancos centrais.
Apesar da queda ligeira na sessão de hoje, o industrial Dow Jones e o S&P 500 acumulam ganhos semanais de 7% e 7,4%, respectivamente. É o melhor desempenho em mais de dois anos para os dois índices. No mesmo sentido, o Nasdaq ganhou 7,6% na semana, o que corresponde à melhor performance semanal desde 14 de Outubro deste ano.
A semana começou logo da melhor forma para as praças norte-americanas, depois de se saber que as vendas a retalho nos EUA registaram um valor recorde durante o fim-de-semana do feriado do Dia de Acção de Graças. Na sessão de segunda-feira, o tecnológico Nasdaq subiu 3,5%, a melhor prestação em três meses até à data.
As subidas registadas no arranque da semana foram, no entanto, superadas na quarta-feira, com os três índices a subir em flecha com a anunciada acção concertada entre os seis maiores bancos centrais mundiais, entre eles o Banco Central Europeu e a Reserva Federal norte-americana, para conceder mais liquidez à banca da zona euro, através da redução dos juros nos empréstimos em dólares. Nessa sessão, o industrial Dow Jones ganhou 4,24% e registou a melhor sessão em dois anos.
Já hoje, dia em que as bolsas acabaram por fechar ‘flat', as notícias também foram positivas. Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, a taxa de desemprego na maior economia do mundo desceu para 8,6% em Novembro, o valor mais baixo dos últimos dois anos, mostrando assim que a maior economia do mundo continua em recuperação. No total, foram contratados 120.000 trabalhadores, um número que ainda assim ficou abaixo do esperado pelos analistas.
Em termos empresariais, os destaques da semana vão para os títulos da Alpha Natural, Western Digital, US Steel Corp. e Genworth Financial, que dispararam mais de 20%.

Day trading


01 dezembro 2011

SP500


Relatório do emprego coloca Wall Street em 'stand-by'


Praças norte-americanas fecharam a sessão em modo ‘stand-by’, com os investidores à espera do relatório sobre o emprego que sai amanhã.
Na primeira sessão do mês, os índices industrial Dow Jones e S&P 500 recuaram 0,21% e 0,19%, respectivamente, ao passo que o tecnológico Nasdaq somou 0,22%.
A condicionar as praças norte-americanas esteve o relatório do emprego que o Departamento do Trabalho norte-americano revela amanhã. Os economistas sondados pela Bloomberg esperam que o número de vencimentos tenha subido 125.000 em Novembro, depois de ter registado um aumento de 80.000 no mês anterior.
A acontecer, este número vem assim aliviar as pressões no mercado laboral da maior economia do mundo, depois de os responsáveis norte-americanos ter hoje revelado que os pedidos de subsídio de desemprego subiram inesperadamente em 6.000 para 402.000 na semana que terminou a 26 de Novembro, que incluiu ainda o feriado do Dia de Acção de Graças, face à descida esperada pelos economistas sondados pela Bloomberg apontava para uma descida para os 390.000.
"Os investidores estão à espera de catalisadores", referiu Peter Jankovskis, especialista da Oakbrook Investments, à Bloomberg. "O relatório do emprego sai amanhã. Há pessoas que esperam um grande número", acrescentou.
Em termos empresariais, o destaque vai para os títulos da Yahoo!, que subiram 3,31% para 16,23 dólares, após a Alibaba Group Holding ter revelado que vai preparar uma oferta para a compra da tecnológica.

30 novembro 2011

Wall Street dispara 4% na melhor sessão em dois anos


Acção conjunta dos bancos centrais mundiais para disponibilizar liquidez à banca do euro animou praças norte-americanas.
A acção concertada de seis bancos centrais mundiais, entre eles o Banco Central Europeu (BCE) e a Reserva Federal norte-americana, para salvar a zona euro caiu bem nos mercados accionistas. Os bancos centrais decidiram descer os juros nos empréstimos em euros à banca da região e evitar assim a falta de liquidez no sistema financeiro.
Foi neste contexto que o índice industrial Dow Jones somou 4,24% na melhor sessão em mais de dois anos. No mesmo sentido, também o tecnológico Nasdaq ganhou 4,17% e o S&P 500 avançou 4,17%.
"Eles têm de colocar lubrificante no motor", referiu James Mcdonald, especialista da Northern Trust Corp., à Bloomberg. "As acções têm estado sob pressão perante os medos de que os responsáveis políticos não irão reagir. Esta acção específica [dos bancos centrais] não é a solução final, mas indica a vontade em prevenir uma deslocação financeira significativa", acrescentou.
Além disso, a China decidiu hoje aliviar a sua política monetária, ao descer em 50 pontos base o rácio de reservas exigido aos bancos chineses, o que acontece pela primeira vez em três anos.
Em termos empresariais, foram os títulos do sector financeiro os que mais se destacaram. O Bank of America e o Citigroup ganharam 7,3% e 8,87%, respectivamente, ao mesmo tempo que o JPMorgan Chase e o Morgan Stanley subiram 8,44% e 11,82%.

29 novembro 2011

"Mercados vão continuar assustadores nos próximos anos"


Ausência de crescimento leva a que investidores tenham dificuldade em conseguir rentabilidades elevadas nos próximos tempos.

O gestor da PIMCO, Bill Gross, não está optimista para os mercados financeiros nos próximos anos. "Os mercados financeiros permanecerão nos próximos anos com retornos baixos e, frequentemente, assustadores", referiu o responsável pelo maior fundo de obrigações do mundo numa nota de investimento.

"Os investidores devem reconhecer que os problemas da Eurolândia são, por natureza, globais e seculares, reflectindo uma desalavancagem mundial que começou em 2008", avisa. E Gross reconhece que os problemas não se centram apenas no "Velho Continente": "Serão necessários anos até a Eurolândia, os EUA, o Japão e as nações desenvolvidas no seu todo conseguirem, de forma construtiva, escapar da sua sina de dívida elevada e crescimento baixo".

Esta perspectiva, a par das taxas directoras baixas estipuladas pelos bancos centrais para tentarem reanimar a economia, leva a que os retornos dos activos sejam abaixo das expectativas. "Quem conseguir retornos de 5% tanto em obrigações como em acções, deve considerar-se em melhor posição que os seus concorrentes", refere.

E mesmo para conseguir retornos modestos, o gestor entende que "deve-se enfatizar os activos de risco de economias em desenvolvimento em oposição às economias desenvolvidas". E exemplifica com activos do sector petrolífero e agrícola do Brasil e o sector do consumo na Ásia, mas sempre com atenção a potenciais bolhas de crédito.

Juros de Portugal e Itália em máximos


Investidores penalizam Portugal, Itália, Espanha e França no mercado de dívida e dão tréguas à Bélgica.

As obrigações do Tesouro de Portugal voltaram hoje a registar uma forte pressão vendedora dos investidores. Destaque para as obrigações a dez anos que voltaram a bater um novo recorde: não só a ‘yield' dos títulos ultrapassou os 13,461% no mercado ‘over the counter' (OTC - mercado onde são negociadas a maioria das obrigações), como o diferencial face à ‘yield' das obrigações alemãs a dez anos (‘bunds') cifrou-se nos 1.116 pontos base.

A pressão vendedora faz-se sentir também sobre a dívida italiana. A 'yield' das obrigações a 10 anos subiu até aos 7,383%, um máximo desde a criação do euro, a poucos minutos de Roma tentar levantar oito mil milhões de euros em dívida com maturidades em 2014, 2020 e 2022, arriscando-se a pagar uma taxa média ponderada acima dos 7%, a barreira que levou a Grécia, Irlanda e Portugal a pedir resgate.

Pelo mesmo caminho seguem os títulos de dívida de Espanha e França, com as 'yields' a subirem em todas as frentes, situando-se nos 6,588% e 3,652%, respectivamente.

Já as 'yields' da dívida da Bélgica aliviam na generalidade dos prazos. A taxa a dez anos está nos 5,536%. Isto apesar de os resultados de vários leilões de obrigações belgas realizados ontem terem revelado uma subida explosiva do custo de financiamento do país, face a emissões anteriores com as mesmas características. A Bélgica volta hoje a testar os mercados de dívida.

27 novembro 2011

The Economist: Euro pode colapsar "dentro de semanas"

Revista britânica dá apenas algumas de semanas de vida ao euro

"A crise na zona euro está a levar ao pânico. O risco de a moeda única se desintegrar dentro de semanas é alarmante", alerta a The Economist num artigo publicado este sábado.

A prestigiada revista sublinha que "mês após mês" a crise da zona euro alastrou "da periferia vulnerável da zona euro para os países 'core'", lembrando que primeiro foi a Grécia, depois a Irlanda e Portugal, e agora a Espanha e Itália".

Para agravar ainda mais a situação, diz a The Economist, "existem sinais de que a economia da zona euro está a caminhar para uma recessão, se é que já não está nessa situação", notando que a produção industrial na região caiu 6,4% em Setembro, o maior declínio desde Dezembro de 2008.

"Agora, é provável uma calamidade ainda maior. A intensificação das pressões financeiras aumenta as probabilidades de um 'default' desordeiro de um país, uma corrida aos depósitos dos bancos ou uma revolta contra a austeridade, que marcaria o início do fim da zona euro", acrescenta.

Num outro artigo, também publicado este sábado, intitulado 'É realmente o fim', a The Economist escreve que, "mesmo com a zona euro a caminhar inevitavelmente para um crash, a maioria dos cidadãos assume que, no final, os líderes tomarão medidas para salvar o euro".

A The Economist tece ainda duras criticas à forma como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Banco Central Europeu (BCE) têm gerido a crise. "A cautela da chanceler Angela Merkel pode ser implacavelmente eficiente na política, tal como testemunhado na forma como ajudou a puxar o tapete a Sílvio Berlusconi. Mas a crise de dívida é mais difícil de manipular. Juntamente com líderes de outros países, recusa-se a reconhecer a extensão do pânico nos mercados", pode ler-se no artigo. Por outro lado, continua a publicação, "o BCE rejeita a ideia de actuar como um financiador de último recurso para os governos em apuros, mas solventes".

Na opinião da revista, "a actual situação não pode continuar por muito mais tempo. Sem uma mudança dramática por parte do BCE e dos líderes políticos, a moeda única pode desintegrar-se dentro de semanas. Vários eventos, desde a falência de um grande banco ao colapso de um governo, podem causar a sua morte".

O artigo da The Economist surge numa altura em que a Itália está sob uma enorme pressão dos investidores, com as 'yields' a atingirem recordes no mercado não regulamentado ‘over the counter' (OTC), mesmo com o BCE a comprar dívida do país agora liderado por Mario Monti. Além disso, os custos de financiamento de Roma estão a disparar. Itália pagou um juro de 6,5% numa emissão de dívida a seis meses realizada na sexta-feira, quase o dobro face aos 3,535% registados no último leilão comparável, realizado há apenas um mês.

O porta-voz do Presidente francês admitiu hoje que a crise italiana representa uma ameaça para a zona euro. Isto depois de Nicolas Sarkozy e Angela Merkel terem alertado Mario Monti de que o colapso de Itália levará inevitavelmente ao fim do euro e a uma interrupção do processo de integração europeia com consequências imprevisíveis". O alerta de Berlim e Paris terá sido feito durante a mini-cimeira que reuniu na passada quinta-feira os três dirigentes em Estrasburgo (França), segundo um comunicado do Governo italiano publicado na sexta-feira após um conselho de ministros.

Também Espanha está à beira do resgate. A Reuters avançou na sexta-feira que Madrid estaria a ponderar pedir ajuda externa, uma informação que foi imediatamente desmentida pelo Governo espanhol.

23 novembro 2011

22 novembro 2011

Última Hora: USA Q3 GDP UP 2%

Espanha paga mais que a Grécia para emitir dívida

Mercados continuam a dar sinais de que a crise de dívida alastrou para o núcleo da zona euro.

A novidade da crise soberana na zona euro já não é a Grécia que, diariamente, continua a bater novos máximos. Hoje, por exemplo, as obrigações do Tesouro helénico estão a transaccionar no mercado ‘fora de balcão' (OTC) com um desconto de 71%.

O foco dos investidores tem vindo a alargar-se para outros países do Eurogrupo, como Espanha, França e Bélgica.

Hoje, por exemplo, Espanha testou o mercado obrigacionista pela primeira vez após a conquista da maioria absoluta por Rajoy, com a realização de dois leilões de dívida de curto prazo a três e seis meses que tiveram como resultado uma subida explosiva do preço conseguido.

No leilão a três meses, o Tesouro espanhol pagou 5,11% pela emissão de 2.012 milhões de euros, quando há um mês, numa emissão com características semelhantes, tinha pago 2,292%.

Mas não só: foi também um preço superior ao pago pela Grécia (4,63%) a 15 de Novembro numa emissão a 13 semanas, e acima do valor pago pelo Tesouro português numa emissão de bilhetes do Tesouro realizada a 16 de Novembro, que resultou numa taxa média ponderada de 4,895%.

No leilão a seis meses, Madrid pagou 5,227% pela emissão de 965,93 milhões de euros. Este valor compara com a taxa média ponderada de 3,302% conseguida há um mês numa emissão de características semelhantes. No mercado OTC (mercado não regulamentado onde são negociadas mais de 90% das obrigações), estes títulos estão a negociar com uma ‘yield' de 5,823%.

No mercado de dívida a 10 anos, os títulos mais pressionados no dia de hoje continuam a ser os gregos, que estão a disparar 61 pontos base para os 27,5%. Mas não estão sozinhos. No mesmo sentido seguem as obrigações belgas, que estão a ensaiar uma subida de 12,6 pontos base até aos 4,92%, os títulos franceses, que estão a subir 7,72 pontos base até aos 3,5%, e ainda as obrigações a 10 anos do Tesouro espanhol, que registam um aumento de 6,4 pontos base até aos 6,6%.

Esta pressão reflecte-se também no mercado de ‘credit default swps' (CDS - títulos que protegem os seus detentores de um eventual incumprimento do emitente obrigacionista), onde no topo dos três títulos que mais sobem figuram os CDS sobre as obrigações belgas e espanholas.

As obrigações a 10 anos de Portugal estão também a ser pressionadas pelos investidores, mas a registar uma subida ligeira de 0,76 pontos base e a cotar nos 10,9%.