21 outubro 2010

Axel Weber provoca polémica no seio da União Europeia e dos mercados

Os comentários de Axel Weber, presidente do Bundesbank, sobre a possível paragem do programa de compra de obrigações do tesouro de países com maiores dificuldades, têm levantado alguma polémica.

Bolsas:

"Índice do medo" em mínimos de 5 meses
Na semana passada, o indicador Chicago Board Options Exchange Market Volatility Index (VIX) registou um mínimo de 5 meses no seguimento de uma tendência descendente que tem vindo a ser verificada desde Maio.

O VIX é um indicador que permite medir as expectativas de volatilidade a 30 dias implícita nas opções do índice norte-americano S&P 500, sendo muitas vezes apelidado de "fear índex" (índice do medo), dado que reflecte as preocupações dos investidores relativamente ao possível intervalo de variação das bolsas.

Se analisarmos a volatilidade subjacente ao comportamento dos retornos diários históricos do índice norte-americano a 30 dias, verifica-se uma forte correlação com o indicador VIX, sugerindo que a volatilidade implícita nas opções representa uma boa previsão da volatilidade efectiva do S&P 500.

Dívida:

Papel de segurança do BCE pode estar em risco
Axel Weber, presidente do Bundesbank e mais que provável futuro presidente do Banco Central Europeu (BCE), chamou a atenção para uma possível paragem do programa de compra de obrigações soberana de países com maiores dificuldades por parte do BCE. Os opositores a esta atitude referem que é essencial que os mercados sintam que há "alguém" por trás que impeça que os títulos de dívida destes países entrem numa espiral de descida. A saída de cena do BCE poderá levar a uma queda da confiança e forçar que países como Portugal passem a pagar taxas ainda mais elevadas em futuras emissões.

Câmbios:

Tensão no mercado cambial longe de estar terminada
É provável que se esteja a chegar a um ponto perigoso em que os governos comecem a perder a paciência com a China, embora conscientes que não há muito a fazer para além da negociação. Entrar numa guerra cambial, ou numa ronda de proteccionismo de outro tipo à escala global colocaria a recuperação económica em "xeque" e atrasaria o processo económico e tecnológico e de nivelamento social que a globalização tem promovido. Nas últimas semanas já se pronunciaram sobre o tema o FMI, o Brasil, a União Europeia, os EUA, o Japão e a China.

Talvez a melhor forma de ir impedindo a China de aumentar o seu poder seja através de impedimento de continuar a acumular dívida externa já que, no fundo, os devedores estarão sempre muito dependentes dos seus credores.

Matérias-primas:

Algodão sobe com procura dos consumidores chineses
Os preços do algodão estão nos níveis mais altos dos últimos 15 anos.

A forte procura por esta fibra, principalmente por parte dos consumidores chineses é o factor principal responsável pela sua valorização.

Ainda que as projecções apontem para uma abundante produção dos EUA para esta temporada, as más condições climáticas que atingiram a China e o Paquistão causaram danos nas culturas que tiveram repercussões negativas na produção mundial e respectivos ‘stocks'. Mas também a limitação de exportações imposta pela Índia tem contribuído para esta situação.

Desta forma, os problemas de abastecimento mundial aliados ao forte consumo têm impulsionado os preços desta matéria-prima, continuando a elevá-los embora a um menor ritmo.

Além destes fundamentais, a desvalorização do dólar tem igualmente contribuído para este panorama de subida de preços.

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